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Orlando, FL - Setembro, 2025

  • Writer: Rafe Barretto
    Rafe Barretto
  • Sep 6
  • 8 min read

Já fazia algumas semanas que eu estava tentando ir pra Disney.


Estação de trem do Magic Kingdom. (Foto: Rafael B. Barretto)
Estação de trem do Magic Kingdom. (Foto: Rafael B. Barretto)

Toda vez que surgia uma oportunidade, eu abria o app do tempo… e chuva. Todo dia chovia. Típico dessa época do ano aqui na Flórida. Mas, nos últimos verões, pelo menos dava pra contar com o clássico: céu azul de manhã, uma tempestade absurda por uma hora ou duas, e depois tudo limpava de novo, como se nada tivesse acontecido.


Dessa vez está sendo diferente. Um verão meio atípico. Céu nublado o tempo inteiro, umidade alta, e a previsão cravada em 70, 80 por cento de chance de chuva… todos os dias.

Até que, nessa semana, surgiu uma chance. O primeiro dia sem previsão de chuva desde que eu cheguei. Quinta-feira, 4 de setembro. Acordei animado, me preparando pra finalmente zarpar pro parque, quando recebo uma mensagem no WhatsApp: uma família amiga precisava de ajuda pra levar o filho deles no hospital. Fui na hora. E acabou tomando o dia todo.

Mas Deus sabe o que faz. Foi bom estar lá por eles. E pensei, amanhã vai estar igual, não é possível. Sem chuva, sexta vai ser meu dia.


E foi aí que, já de noite, olhando o mapa dos transportes da Disney, dei de cara com uma rota ousada. Uma que me chamou atenção, me desafiou. E eu pensei


Será que dá pra fazer os quatro parques em um único dia?


Olhando as rotas e os transportes disponíveis, tracei a seguinte rota: sair de casa e ir de carro até o Ticket and Transportation Center, o lugar onde você pode escolher ir de barco ou de monorail pro Magic Kingdom, ou de monorail direto pro EPCOT.




O GRANDE PLANO

A ideia era começar o dia justamente no EPCOT, pegar o parque ainda vazio, aproveitar a luz suave da manhã e fazer algumas fotos que eu já tenho familiaridade. O EPCOT é, sem dúvida, um dos parques que eu mais gosto de fotografar. Os reflexos nas fontes, as formas geométricas, a mistura de arquitetura futurista com os pavilhões culturais… tem muita textura e simetria ali que conversa bem com a Fuji.


Depois do EPCOT, minha rota seguiria via Skyliner em direção ao Hollywood Studios. A missão lá era simples, passar nos clássicos, Rock 'n' Roller Coaster, talvez o Tower of Terror, e com certeza o Rise of the Resistance. Curto, direto, sem enrolar.


Saindo do Hollywood, a ideia era pegar um ônibus pro Animal Kingdom. Como o parque fecha mais cedo, às 18h, ele seria o terceiro da lista. Uma volta rápida, talvez ver o Everest de longe, aproveitar o clima mais natural do parque e seguir viagem.


E aí vem a parte final, do Animal, pegar outro ônibus de volta pro Ticket and Transportation Center, e de lá subir no monorail rumo ao Magic Kingdom. A ideia era fechar o dia com chave de ouro, pegar o pôr do sol com o castelo ao fundo, assistir ao desfile noturno novo, o Disney Starlight: Dream the Night Away, e, claro, ficar para o show de fogos. E o melhor, com o carro ali do lado, pronto pra ir embora sem stress depois de um dia inteiro na correria.


Com o plano em mente e a rota já traçada, acordei cedo na quinta, me arrumei, peguei a Fuji, montei uma mochilinha… mas pensei, tá muito, muito calor. Se eu ficar com essa mochila nas costas, vai ensopar tudo de suor.


Fiz um downsize do downsize.


Levei só o essencial. A X100VI, uma bateria extra e o filtro infravermelho. Tudo que eu precisava estava comigo, no bolso. Leveza total, zero tralha. Só eu e a câmera.


A REALIDADE

Estacionei o carro na Simba 113. Entrei no trenzinho que leva do estacionamento até o Ticket and Transportation Center, e foi ali, ouvindo o sistema de anúncios do próprio trenzinho, que recebo o primeiro balde de água fria. O Magic Kingdom iria fechar às 18h por causa da festa paga de Halloween, o Mickey’s Not-So-Scary Halloween Party.


Na hora eu congelei. Meu planejamento foi todo por água abaixo. A rota, o timing, o gran finale no castelo… tudo caiu. Pensei, e agora? Vou pro EPCOT mesmo assim? Jogo tudo fora e improviso?

Catei o telefone, abri o mapa e comecei a recalcular. Sabendo que o Magic ia fechar cedo, decidi inverter o roteiro.


Nova rota, então. Magic Kingdom, depois Animal Kingdom, depois EPCOT e, por fim, Hollywood Studios.


Escolhi esse itinerário pensando que o pôr do sol no Hollywood seria uma boa, e à noite o parque ficaria todo iluminado pelos neons da decoração, que ficam top na Fuji.

Parti pro Magic. Fui de monorail.


10h40 da manhã eu já tava cruzando o check-in do Magic Kingdom. Um calor tão forte que dava pra sentir o suor escorrendo pela barriga. Mas a gente já tá acostumado, né?


Com um plano de ação mais ou menos instaurado, bora pras fotos.

O Magic eu ainda não tinha tido a oportunidade de fotografar com a Fuji. Já tinha feito EPCOT e Animal Kingdom com a X100V, mas aqui era estreia total. Parque inédito pra câmera nova. Eu tava pronto.


Comecei com as fotos clássicas. O castelo de diferentes ângulos. Com filtro IR. Sem filtro IR. Tava usando a simulação de filme Kodak Gold, que traz tons mais quentes, combinando com o filtro Black Pro Mist de 1/4 de potência. Era certeiro que as fotos iam ficar lindas.



Tava com uma ideia de postar meio que em tempo real, mostrando os parques e algumas das fotos que eu ia fazendo em cada um. Queria causar um leve auê na galera do Instagram.

Meu Deus, quatro parques em um dia? Ele tá maluco?


E também queria testar meu próprio pique. Se eu aguentava esse corre. Spoiler alert, deu tudo certo.

Terminei as fotos no Magic, dei uma volta no PeopleMover, respirei fundo e já saí em direção à próxima parada, Animal Kingdom.


Saindo do Magic, fui até o terminal de ônibus na frente do parque pra caçar qual seria o busão que ia me levar pro Animal Kingdom. Perguntei pra um cast member e ele disse, número 7. Lá fui eu atrás do busuca número 7.



Entrei no ônibus. Foram aproximadamente 15 minutos e chegamos ao Animal Kingdom.

Eu estava passando pelo check-in do parque por volta de 12h15. Já com fome, comecei a pensar no que poderia almoçar. Por ser um dos meus parques favoritos, não tenho medo de rasgar a seda e dizer que esse parque tem as melhores comidas da Disney, na minha opinião.


Fui direto para o Satu'li Canteen. Melhor custo-benefício dos parques pra comer comida de verdade.

Almocei e saí em direção a alguns dos meus locais favoritos. Fiz algumas fotos. E pensei comigo mesmo, poxa, o dia tá lindo. Vou aproveitar e dar uma passada no Kilimanjaro Safaris. Vai que tem alguma girafa ou algum animal maneiro bem perto, e dá pra tirar uma foto legal?


Eeeee… não teve.




O máximo foi um rinoceronte que, honestamente, nem tava tão perto assim. Tudo bem, bola pra frente.

Fiz algumas fotos na parte da África do parque, e em Pandora. Foi quando recebi uma notificação no celular avisando que ia começar a chover em uns 10 minutos, e que a chuva ia durar mais ou menos uma hora.


Abri o app da Disney e vi que o Avatar’s Flight of Passage estava com fila de aproximadamente uma hora. Não deu outra. Passei numa lojinha, pedi uma sacola de plástico, caso a chuva chegasse antes, pra proteger a câmera, e toquei pra fila do brinquedo.


A fila do Flight tem uma parte longa do lado de fora e uma parte bem maior coberta. Começou a garoar enquanto eu ainda tava na parte externa, mas peguei pouca chuva.

Eu já imaginava que a chuva deixaria o clima meio nubladão depois, mas ainda tinha esperança de que o céu abrisse. Errado novamente.


Saí do brinquedo e a chuva já tinha passado, mas o céu tava coberto por uma camada fina de nuvens. Dava pra ver o azul por trás delas, mas elas ficaram lá. Até o fim do dia.

Mas tudo bem.


Vamos para o próximo parque. EPCOT.


EPCOT é meu segundo parque mais fotografado. Gosto de brincar que dá pra viajar o mundo sem sair de Orlando, e é muito verdade. Já tirei algumas fotos lá que as pessoas olham e perguntam de onde são, e quando eu digo que são do EPCOT, se surpreendem.





Com tempo pra gastar, decidi começar as fotos pelo Pavilhão da Imaginação, lar do queridinho Figment, o mascote mais amado do parque. Sempre tive certo receio em fotografar esse lugar, porque nunca conseguia um enquadramento que me agradava usando minhas câmeras de filme. Mas dessa vez, com a Fuji, consegui fazer algumas fotos que não ficaram assim tão ruins.

Depois, parti pra uma volta pela World Showcase Lagoon.



Comecei pelo Canadá. Eu sei, eu sei. Não me apedrejem, por favor. Eu gosto de ser do contra.

Dei a volta completa, chequei os meus locais favoritos pra fotografar, e não estava me sentindo atraído por eles naquele dia. As nuvens realmente estavam deixando a situação mais difícil. Foi aí que decidi caçar alguma coisa pra comer.


Essa época do ano é época do festival de comidas e vinhos no EPCOT, então tem dezenas de vendinhas espalhadas vendendo comidas típicas de vários lugares do mundo. E não só dos países representados no parque. É muito legal. Dá pra experimentar muita coisa boa.

Só é um pouco salgado no preço.


Decidi comer na Alemanha. Fui atrás de um bratwurst. Na fila, tava ensaiando meu alemão pra poder falar com a pessoa que ia anotar meu pedido. Tava pensando em dizer que estou aprendendo alemão, pedir minha comida e, depois que a pessoa respondesse, voltar pro inglês, porque teria gastado absolutamente todo o meu vocabulário. Confiante, chegou a minha vez e… bom, eu falei em inglês mesmo. Kkkk. Ops.


Comi e pensei em ir em algum brinquedo, mas as filas estavam grandes e o calor tava de matar. Nada como um rolê no Skyliner pra ficar sentado um pouco e pegar uma brisa nas alturas.

Fui em direção à Paris, e a entrada do Skyliner fica ali logo à direita, antes da ponte.

Rumo ao último parque do dia. Hollywood Studios.


É a segunda vez que eu pego o Skyliner, e é muito confortável. Foram, ao total, aproximadamente 15 a 20 minutos até chegar no Hollywood Studios.


Skyliner. ( Foto: Rafael B. Barretto )
Skyliner. ( Foto: Rafael B. Barretto )

Com o clima meio borocoxô, cheio de nuvens, decidi que ia esperar a noite chegar pra fotografar os neons do parque. Eles são muito bonitos e dão uma vibe maneira, mas eu não esperava que fossem ficar tão legais assim na Fuji.


Cheguei lá e ainda estava sol. Era por volta de 17h40. Faltava, realisticamente, uma hora e vinte até o pôr do sol. Pensei, deixa eu dar um rolê, ver se tem alguma coisa que me chama atenção pra fotografar. Se sim, top. Se não, espero anoitecer e foco nos neons.


Sunset blvd. ( Foto: Rafael B. Barretto )
Sunset blvd. ( Foto: Rafael B. Barretto )

E como imaginei, nada me chamou muito a atenção. Decidi ir no brinquedo Rise of the Resistance, do Star Wars. Tava marcando 80 minutos de fila convencional… mas aí vi uma coisa que nunca tinha visto antes, a fila single rider. Pra quem tá sozinho, você pula boa parte da fila, entrando nas vagas que sobram nos grupos.


Assim que entrei nessa fila, realmente pulei grande parte da espera. E aí começou o tempo parado… foi aproximadamente uma hora de fila no total até chegar na parte principal, onde começa a experiência do brinquedo antes da última filinha. Esse brinquedo é bom demais.

Saí de lá já pronto pra fotografar.


Fui direto pro primeiro ponto que eu gosto, o teatro onde rola o show da Frozen. Infelizmente, os neons estavam desligados. Triste.


Toquei então pra Sunset Blvd, onde estão a maioria dos neons. Fiz algumas fotos maneiras, outras mais ou menos, mas saí de lá com aquele sentimento de dever cumprido.



Chegou a hora de voltar pra casa.


Ainda tinha que pegar um ônibus até o Magic Kingdom, depois o monorail de volta pro TTC, e só então pegar o carro. E claro, mais uns 35 minutos até chegar em casa.


Chegando no Magic, era por volta de 21h30. Aproveitei pra tirar umas fotos da estação de trem, toda temática pro evento de Halloween, e segui em direção ao carro.


Estação de trem do Magic Kingdom transformada. ( Foto: Rafael B. Barretto )
Estação de trem do Magic Kingdom transformada. ( Foto: Rafael B. Barretto )

E assim terminou essa saga quase infinita. Aproximadamente 10 horas de parque, 25 mil passos, algumas poucas fotos…


Sextou.


Até a próxima.

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