top of page

Rio de Janeiro, Junho 2025

  • Writer: Rafe Barretto
    Rafe Barretto
  • Jul 29
  • 4 min read

Updated: Jul 30

foto: Rafael Belentani Barretto
foto: Rafael Belentani Barretto

No dia 6 de junho, Vivi e eu decidimos dar uma esticada no roteiro antes de um compromisso importante em São Paulo. No dia 13, nós dois estaríamos juntos na missão de fotografar o show do Oficina G3 — e quem conhece minha história com música sabe o peso que isso tem. Foi a Vivi quem conseguiu essa oportunidade pra nós. Aliás, shoutout pra ela por abrir portas e garantir que a gente esteja cada vez mais clicando juntos. Esse não foi o único show que ela garantiu nessa temporada, e ainda vem mais por aí.

Mas antes de mergulhar no caos elétrico do palco, pensamos: por que não aproveitar o fim de semana no Rio antes do voo?

Chegamos com o tempo fechado. Céu cinza, aquela chuva fina constante. Sinceramente, achei que não ia sair nenhuma foto.

sábado, dia 7, foi frustrante. Passamos o dia fugindo da chuva, andando por shopping, e tentando manter o ânimo. A previsão de sol pro domingo era baixa, mas mesmo assim, decidimos comprar os ingressos pro Pão de Açúcar, torcendo pra dar certo. Não parecia promissor, mas resolvemos arriscar.


No dia 8, o sol apareceu como quem pede desculpas, e a gente, é claro, correu pra fotografar.

Fomos direto pro Pão de Açúcar. A Vivi levou a queridíssima Hasselblad 500CM equipada com a Zeiss 50mm f/4, sempre elegante, sempre imponente. Eu, por outro lado, estava com uma câmera bem diferente: a Fujifilm X100V, digital, pequena, moderna, e a minha parceira oficial nessas férias.


Entrada do Bondinho na Fuji x100v. (foto: Rafael Belentani Barretto)
Entrada do Bondinho na Fuji x100v. (foto: Rafael Belentani Barretto)
Vivi carregando o back da Hasselblad. (foto: Rafael Belentani Barretto)
Vivi carregando o back da Hasselblad. (foto: Rafael Belentani Barretto)


A câmera de batalha, Fuji X100V

A X100V é uma APS-C com sensor X-Trans CMOS 4 de 26.1MP, lente fixa 23mm f/2 (equivalente a 35mm) e corpo compacto, lançada em 2020. É minha tentativa de encontrar uma digital que dê conta do recado, não como substituta do filme, mas como parceira no caos.

Comprei a Fuji movido pelo hype. Muita gente na internet, especialmente criadores de conteúdo, tem vendido a ideia de que a X100V “substitui” câmeras analógicas — que ela entrega uma experiência próxima ao filme, direto no JPEG, com simulações de cor e operação inspirada no analógico.

E aí eu pensei: quem melhor do que eu pra testar essa ideia de verdade? Fotografo exclusivamente com filme desde 2019. Já passei por praticamente todos os formatos, revelo em casa, escaneio, imprimo, e conheço o processo do começo ao fim. Se tem alguém que pode dizer se essa câmera realmente substitui uma analógica… sou eu.

Essa viagem é parte desses testes, mas mais pra frente vai rolar um post completo só sobre isso: X100V substitui uma câmera de filme? Sim ou não? Vou te contar com base em uso real, em situações reais, e não só no que dizem no Instagram.

Por enquanto, tô testando ela em tudo: show, retrato, produto, paisagem, e agora, infravermelho.



Brincando com o invisível, IR com a Fuji

Nessa viagem, levei um filtro IR genérico do AliExpress e fui testar uma receita que encontrei num vídeo (link aqui). O interessante é que os sensores X-Trans da Fuji têm filtros IR relativamente fracos, o que significa que a câmera capta infravermelho com muito mais facilidade do que outras.

“Sensores da Fuji, especialmente os X-Trans, têm filtragem infravermelha menos agressiva que outras marcas, o que permite capturar imagens IR usando apenas um filtro, sem modificação no hardware.”— Fonte: Fstoppers— Discussão no Reddit

Usei a receita do vídeo direto na câmera e consegui resultados infravermelhos surpreendentes, sem edição nenhuma depois. Isso por si só já me fez querer escrever um review só sobre isso mais pra frente.


Ver o que o olho não vê

Fotografar em infravermelho é como revelar um mundo paralelo, um mundo que sempre esteve ali, mas que a gente nunca percebeu. Folhas que parecem brancas como neve, céus escuros como carvão... É tudo muito fora do que estamos acostumados a ver.

E o mais fascinante: isso não é um efeito digital, nem um filtro do Instagram. É luz real, invisível ao olho humano, registrada diretamente pelo sensor da câmera.

O filtro IR atua como uma espécie de portal. Ele bloqueia a luz visível e deixa passar só os comprimentos de onda mais longos, o espectro infravermelho. E aí, dependendo da receita aplicada, da luz do ambiente e do equipamento, você tem imagens surreais direto do JPEG da câmera.

É fotografia como mágica de verdade.

Aqui vão algumas das imagens que fiz com e sem o filtro, pra comparar o resultado:


Foto usando receita Gold 200 colorida sem Filtro IR (foto: Rafael Belentani Barretto)
Foto usando receita Gold 200 colorida sem Filtro IR (foto: Rafael Belentani Barretto)
Foto usando receita IR PB + Filtro IR (foto: Rafael Belentani Barretto)
Foto usando receita IR PB + Filtro IR (foto: Rafael Belentani Barretto)
Foto usando receita PB (ilford FP4) Sem Filtro (foto: Rafael Belentani Barretto)
Foto usando receita PB (ilford FP4) Sem Filtro (foto: Rafael Belentani Barretto)
Foto usando receita PB IR + Filtro (foto: Rafael Belentani Barretto)
Foto usando receita PB IR + Filtro (foto: Rafael Belentani Barretto)
Um outro exemplo que capturei assim que peguei o filtro IR (foto: Rafael Belentani Barretto)
Um outro exemplo que capturei assim que peguei o filtro IR (foto: Rafael Belentani Barretto)

Terraço, panorâmicas e o inesperado

Depois do passeio e dos testes, fomos almoçar no terraço do Botafogo Praia Shopping. O clima estava limpo, o contraste do céu com o Pão de Açúcar era cinematográfico. Aproveitei pra testar a função panorâmica da X100V e me surpreendi. Ela uniu tudo direitinho, sem precisar mexer em nada depois. Foi a primeira vez que usei o modo, e já virou uma das minhas imagens favoritas da viagem:


Pão de açúcar panorâmico na x100v (foto: Rafael Belentani Barretto)
Pão de açúcar panorâmico na x100v (foto: Rafael Belentani Barretto)


Ah, e da uma olhada nessa seleção com as melhores fotos dessa viagem!


Próxima parada, São Paulo

No dia seguinte, arrumamos as mochilas e seguimos pra SP. Mas essa escapada pro Rio, que começou nublada e sem pretensão, acabou rendendo sol, clique e memória.

Mais do que teste de equipamento, foi um lembrete do que a fotografia me dá de volta quando eu saio sem esperar demais.

Comments


Fotos Book-05599.jpg

Eai, o que achou? 

Vou estar trazendo esses posts com as minhas experiências e mais coisas sobre cameras e fotografia! Quer saber quem eu sou? Clica aqui em baixo!

Newsletter da Ember.Blog

Tem alguma sugestão? Manda bala!

© 2035 by Turning Heads. Powered and secured by Wix

bottom of page